
Espetáculo “A minha História não é igual à Tua”
Local | Centro Cultural Olga Cadaval
Data | Domingo, 13 de Novembro, 17h
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Ficha técnica |
Direção: Olga Roriz | Intérpretes: Fábio Tavares, Jackson Teixeira, Jeferson Silva, Juvelino Moreira, Manuel Antunes, Nelson Varela, Paulo Barbosa, Rui Tiquina e Wilson Ribeiro | Seleção musical: Olga Roriz e João Rapozo | Figurinos: Olga Roriz | Desenho de luz: Cristina Piedade | Edição da Banda sonora: João Rapozo | Assistente da direção: Catarina Câmara | Assistente de ensaio: Andreia Marinho | Montagem e operação de som: Pontozurca | Produção e gestão: Magda Bull | Produção e comunicação: António Quadros Ferro | Assistente de produção: Ricardo Domingos
A minha história não é igual à tua, concebido dentro do Corpoemcadeia, um projecto artístico desenvolvido pela Companhia Olga Roriz, feito com um grupo de reclusos do Estabelecimento Prisional (EP) do Linhó, vai ser apresentado dentro do ciclo Romper as Grades do LEFFEST. Com a coordenação artística da bailarina Catarina Câmara, o projecto foca-se na construção coletiva de uma linguagem artística que assenta na liberdade.
Corpoemcadeia é um projecto de criação artística e inclusão social que assenta na partilha de gestos e vivências entre corpos dançantes.
Tipicamente um sítio onde o corpo está confinado e em vigilância, a prisão, através deste espectáculo, torna-se um espaço de transformação onde os reclusos podem usar a criatividade como meio terapêutico, utilizando como abordagem principal a Psicoterapia Gestalt, uma vertente da psicologia humanística e holística que privilegia a consciência corporal.
O projecto conta com a participação de um grupo de reclusos, com idades entre os 21 e os 39 anos, em fase inicial de cumprimento da pena no Estabelecimento Prisional do Linhó, em Alcabideche.
Inicialmente de curta duração, o Corpoemcadeia transformou-se num projeto de colaboração e partilha durante 3 anos, o que potencializou a construção de uma relação mais profunda entre todos os colaboradores.
O espetáculo A minha história não é igual à tua estreou na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a 10 de julho deste ano, e teve o envolvimento e apoio da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e do Instituto Gestalt de Florença, através do programa PARTIS – Práticas Artísticas para a Inclusão Social, da Gulbenkian.
Catarina Câmara, coordenadora artística, explicou, numa entrevista ao Açores Hoje que “o projecto é também mote para desmistificar temas como a masculinidade, a vergonha e as questões do ego”.
Para a bailarina e coreógrafa, a liberdade – noção essencial do espetáculo -, assenta na cooperação, na responsabilidade e no respeito entre todos.
Para além dos espectáculos, está prevista a edição de um livro que desenvolve este novo modelo artístico interventivo, baseado no vínculo entre a teoria de Gestalt e a dança. Está também prevista a produção de um documentário sobre o projeto.